Essa matéria foi publicada originalmente na revista Superinteressante
(ed. nº 185, fev/2003) e resolvi divulgar aqui. Trata-se de um relato
muito bem humorado sobre a flatulência (pum, peido, se preferir) através
dos tempos, desmistificando inclusive muitos preconceitos e tabus sobre
o assunto. É uma daquelas leituras divertidas que a gente começa a ler e
não quer mais parar, do jeito que só a Super sabe fazer.
Para o post não ficar muito grande, dividi em duas partes. A segunda e ultima parte está no link no final deste post. Com vocês, a história do pum:
Para o post não ficar muito grande, dividi em duas partes. A segunda e ultima parte está no link no final deste post. Com vocês, a história do pum:
Mão Amarela
(por Denis Russo)
A
flatulência, objeto de escárnio, quase sempre tratada como tabu, tem
muito mais contribuições à história, à cultura e à arte do que
costumamos imaginar. Tape o nariz e conheça tudo que se esconde por trás
de um peido.
Era Pessach, o feriado judaico da purificação. Naquele ano de 44 d.C., como era comum nas datas importantes, uma multidão encheu a cidade sagrada de Jerusalém. Tropas romanas vigiavam os locais de maior aglomeração, para evitar confusão - e o lugar mais visado era o magnífico Templo de Jerusalém, que estava lotado. Foi quando um dos soldados romanos que fazia a guarda do templo virou as costas para a multidão de judeus e soltou um pum estarrecedor.
Os fiéis se revoltaram. Uns exigiram punição rigorosa ao centurião desrespeitoso. Outros, os mais jovens e mais exaltados, pegaram pedras e começaram a jogar nos soldados. Em questão de horas, a festa do Pessach virou uma enorme confusão. Não foi só um pum que o soldado romano soltou. Assim como os gases no seu intestino, décadas de ódio e ressentimento se acumulavam nos sistemas digestivos de judeus e de romanos - e escaparam de um momento para o outro, disparados pelo peido romano.
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